
INSS bloqueia Agibank por fraudes em consignados a aposentados
Investigação da CGU e medidas do INSS contra o Agibank expõem contratos pós-óbito, refinanciamentos não autorizados e falhas de autenticação, com impacto sobre aposentados
Auditorias oficiais colocaram em xeque operações de crédito consignado que atingiram diretamente aposentados e pensionistas, tornando urgente a revisão dos protocolos de segurança.
O bloqueio de serviços teve efeito imediato sobre novas contratações de consignados pelo banco, e acionou órgãos de controle para apurar responsabilidades.
O leitor verá a seguir quais irregularidades foram encontradas, como checar contratos e quais medidas estão em curso, conforme informações divulgadas pelo Seu Crédito Digital.
Principais irregularidades identificadas pela CGU
A auditoria da Controladoria-Geral da União detectou um conjunto de práticas recorrentes, que vão além de erros isolados e sugerem fragilidades nos processos internos do banco.
Ao todo, foram identificados 1.192 contratos firmados entre 2023 e 2025, mesmo após o falecimento das pessoas registradas como titulares. Desses, 163 constavam no sistema do INSS como benefícios já cessados.
Em casos individuais, a investigação apontou refinanciamentos realizados sem autorização, e operações inseridas em histórico do beneficiário sem a devida verificação biométrica e documental.
Um dos exemplos é de um beneficiário em Fortaleza que teve sete contratos refinanciados em 7 de novembro de 2025, três desses contratos sequer existiam nos sistemas oficiais do INSS, e o refinanciamento elevou o saldo remanescente em R$ 17.073,94, valor muito próximo do troco que foi registrado, mas que nunca chegou à conta do beneficiário.
A CGU também observou manipulação de taxas, com valores de juros abaixo do limite permitido, o que pode ter sido usado para evitar alertas automáticos de monitoramento.
Resposta do Agibank e ações administrativas
Após a divulgação do relatório, o banco afirmou que utiliza protocolos de segurança como biometria facial e validação cruzada de documentos, e solicitou acesso ao processo administrativo para analisar as irregularidades apontadas.
O impacto foi tão significativo que o caso foi imediatamente encaminhado à Polícia Federal e à Corregedoria do INSS, e o INSS suspendeu novas operações do banco enquanto a apuração continua.
Historicamente, o Agibank já havia enfrentado restrições anteriores relacionadas ao redirecionamento de chamadas do aplicativo e reclamações sobre retenção de valores, o que torna o episódio atual ainda mais sensível para a reputação da instituição.
Consequências para aposentados e orientações práticas
O bloqueio impede novas contratações de consignado pelo banco, mas não altera contratos já existentes, por enquanto. Ainda assim, a situação exige atenção redobrada dos beneficiários.
Recomenda-se verificar com frequência o Meu INSS para checar contratos ativos e identificar movimentos desconhecidos, e denunciar qualquer irregularidade pela Central 135, pelo aplicativo Meu INSS ou presencialmente.
Quando houver débito indevido, o INSS pode determinar a interrupção da cobrança e solicitar devolução dos valores, e a autarquia deverá reforçar exigências de autenticação digital, porque golpes envolvendo biometria e assinaturas digitais são cada vez mais comuns.
Tabela comparativa das irregularidades, impacto e sinais de alerta
| Irregularidade | Impacto | Sinais de alerta |
|---|---|---|
| Contratos pós-óbito | Débitos sobre benefícios cessados | Contrato ativo após data de óbito, contatos de cobrança |
| Refinanciamentos não autorizados | Aumento do saldo devedor, perda de valores | Contratos duplicados, valores não recebidos pelo beneficiário |
| Taxas artificialmente baixas | Ocultação de irregularidades pelo sistema | Juros atípicos, inconsistência com mercado |
| Dificuldade de portabilidade e atendimento | Restrição de direitos do consumidor | Recusa sistemática de portabilidade, exigência de comparecimento presencial |
Próximos passos da investigação e possíveis desdobramentos
Com a apuração em curso, a expectativa é que a Polícia Federal e os órgãos correlatos aprofundem as investigações para identificar responsáveis e mensurar prejuízos.
É possível que o Agibank sofra penalidades administrativas e perda temporária de acesso ao sistema de consignados, dependendo das conclusões finais e das provas reunidas.
Para o mercado financeiro, o caso tende a aumentar a pressão por controles mais rígidos em operações que envolvam aposentados e pensionistas, e a revisão dos convênios com instituições que operam pelo INSS.
Perguntas e respostas
1. O que muda já para o aposentado?, Novas contratações de consignado pelo banco foram suspensas, contratos antigos permanecem até decisão em contrário.
2. Como conferir se há contratos irregulares?, Acesse o Meu INSS regularmente, confira contratos e comunique irregularidades pela Central 135.
3. Onde denunciar débitos indevidos?, Denúncias podem ser feitas pelo aplicativo Meu INSS, Central 135 ou atendimento presencial no INSS.
4. O banco pode ressarcir vítimas?, O Agibank afirmou que pretende ressarcir clientes caso falhas sejam comprovadas, e medidas administrativas podem exigir devolução de valores.
5. Quais órgãos estão investigando?, A CGU conduziu auditoria, e o caso foi encaminhado à Polícia Federal e à Corregedoria do INSS para apuração.



