
Empréstimo dos Correios de R$ 12 bilhões avança com aval da União, juros a 115% do CDI, carência de 3 anos e plano para reduzir 15 mil vagas até 2027
Minuta do empréstimo dos Correios foi enviada ao Tesouro, liberação em três parcelas, R$ 6 bilhões ainda em 2025, prazo de 15 anos e contrapartidas para voltar ao lucro em 2027
Os Correios encaminharam ao Tesouro Nacional a minuta do contrato para um empréstimo de R$ 12 bilhões, operação que tem a União como avalista e que visa dar fôlego ao caixa da estatal.
A proposta prevê liberação escalonada dos recursos, prazo de carência e um plano de reestruturação com cortes e aumento de receitas para recuperar a sustentabilidade financeira.
Como será a operação e os prazos
A proposta enviada ao Tesouro prevê que o valor total do empréstimo seja liberado de forma parcelada, com os recursos divididos em três parcelas e prazo total de pagamento de 15 anos, após o período de carência.
Do total de R$ 12 bilhões, a previsão é que R$ 6 bilhões sejam liberados ainda em 2025, e o restante fique para 2026, acompanhando o cronograma de execução do plano de reestruturação.
O pagamento do empréstimo pelos Correios deve começar apenas em três anos, período de carência que a estatal considera essencial para implementar mudanças estruturais antes do início da amortização.
Taxas, aval da União e participação dos bancos
O contrato prevê juros equivalentes a 115% do CDI ao ano, uma taxa que está abaixo do teto que o Tesouro costuma aceitar em operações com aval da União, que é de até 120% do CDI.
Em rodadas anteriores, um pool de bancos havia apresentado proposta para um empréstimo de R$ 20 bilhões, com juros de 136% do CDI, oferta que foi rejeitada pelo Tesouro por ultrapassar o padrão adotado para operações com garantia da União.
A negociação atual conta com o financiamento de cinco grandes instituições financeiras, públicas e privadas, alinhadas à estrutura da operação, o que aumenta as chances de aprovação pelo Tesouro Nacional.
Contrapartidas exigidas e medidas do plano de reestruturação
A liberação dos recursos está condicionada à execução de um plano de reestruturação robusto, com medidas para reequilibrar as contas da estatal e meta de voltar a registrar lucro em 2027.
Entre as contrapartidas, o plano prevê o desligamento de cerca de 15 mil empregados por meio de um Plano de Demissão Voluntária, com cronograma apontando 10 mil funcionários em 2026 e 5 mil funcionários em 2027.
Além disso, o plano prevê o fechamento de aproximadamente 1 mil unidades dos Correios em todo o país, reorganização da rede de atendimento e busca por novas fontes de receita por meio de parcerias privadas.
Impactos esperados, riscos e cenário político
Se aprovado, o empréstimo de R$ 12 bilhões deve garantir fôlego financeiro para os Correios atravessarem os próximos anos, permitindo manter operações essenciais, investir em modernização e executar o plano de reestruturação, sem comprometer o funcionamento básico da empresa.
O aval da União reduz o custo do crédito, ao mesmo tempo em que impõe contrapartidas rigorosas, em especial no controle de gastos e na sustentabilidade financeira no médio e longo prazo.
Especialistas alertam que o sucesso depende da execução efetiva do plano, pois cortes de pessoal e fechamento de unidades costumam enfrentar resistências internas e externas, e a estatal precisará mostrar resultados concretos para que o empréstimo não se transforme em novo passivo.
Tabela comparativa das propostas
| Item | Proposta atual | Proposta anterior |
|---|---|---|
| Valor | R$ 12 bilhões | R$ 20 bilhões |
| Juros | 115% do CDI | 136% do CDI |
| Prazo | 15 anos | não detalhado |
| Carência | 3 anos | não detalhado |
| Liberação | 3 parcelas, R$ 6 bilhões em 2025 | não detalhado |
| Bancos envolvidos | Bradesco, Itaú, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Santander | Citibank, BTG Pactual, ABC Brasil, Banco do Brasil, Safra |
Perguntas e respostas
P: Qual é o valor total negociado com o Tesouro?
R: R$ 12 bilhões.
P: Quando começa o pagamento do empréstimo?
R: O pagamento deve começar apenas em três anos, após o período de carência.
P: Qual é a taxa de juros acordada?
R: Juros de 115% do CDI ao ano.
P: Quais são as principais contrapartidas pedidas pelo Tesouro?
R: Execução de um plano de reestruturação que inclui um PDV para cerca de 15 mil funcionários e fechamento de aproximadamente 1 mil unidades.
P: Quando a estatal pretende voltar ao lucro?
R: A meta é voltar a registrar lucro em 2027.
Fonte dos dados e das citações: matéria publicada por Kayky Santos no portal Seu Crédito Digital.




