
FGC sob pressão para pagar R$ 41 bilhões do Banco Master, 1,6 milhão de clientes afetados, prazo de 40 dias e uso de R$ 122 bilhões em recursos líquidos
Fundo Garantidor de Créditos organiza pagamentos até 2025, com cobertura de até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ e teto global de R$ 1 milhão a cada quatro anos
O Fundo Garantidor de Créditos, o FGC, prepara um plano para ressarcir investidores do Banco Master em uma operação complexa e com impacto direto sobre milhões de clientes.
São apontados R$ 41 bilhões em depósitos sob responsabilidade do fundo, e o objetivo é concluir os pagamentos ainda em 2025, dentro de um cronograma apertado.
O prazo curto, de 40 dias para receber a lista oficial de credores do liquidante, adiciona pressão logística e operacional ao plano do FGC, conforme informação divulgada pelo Seu Crédito Digital.
Como o ressarcimento será organizado
Para honrar os depósitos, o FGC vai trabalhar sobre uma lista oficial de credores que precisa ser entregue pelo liquidante designado pelo Banco Central, Eduardo Félix Bianchini.
O objetivo do fundo é pagar, dentro dos limites legais, os titulares de contas que tinham depósitos no Banco Master, priorizando a agilidade para reduzir perdas e instabilidade no mercado.
O procedimento exige checagens cadastrais, cruzamento de CPFs e CNPJs, e a confirmação dos saldos elegíveis ao teto, tarefas que consomem tempo e recursos especializados.
Quem será beneficiado e quais valores estão garantidos
O FGC garante cobertura de até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ para cada titular, respeitando o teto global de R$ 1 milhão a cada quatro anos, regras que definem quem receberá e quanto será devolvido.
Do total a ser pago, estima-se que cerca de 1,6 milhão de investidores possam receber recursos diretamente, reduzindo perdas individuais e o choque no sistema financeiro.
Entre os recursos do próprio fundo, há R$ 122 bilhões em recursos líquidos, e o valor a ser desembolsado para este caso corresponde a aproximadamente um terço desse montante.
Desafios logísticos e o cronograma de 40 dias
O prazo de 40 dias para envio da lista de credores é considerado apertado, porque o FGC precisa validar dados, identificar beneficiários e programar os pagamentos de forma segura.
Além do cruzamento de informações, há questões jurídicas e operacionais, como a verificação de limites por CPF e CNPJ, e a aplicação do teto global, etapas que exigem coordenação entre o liquidante e o fundo.
Apesar da complexidade, o FGC afirma que os pagamentos estão programados para ocorrer ainda em 2025, o que demanda uma execução acelerada e sem falhas.
Papel do liquidante e impacto sobre o mercado
O Banco Central nomeou Eduardo Félix Bianchini como liquidante do Banco Master, e seu papel é fundamental para consolidar a relação entre ativos, passivos e a lista oficial de credores.
Com a entrega correta das informações pelo liquidante, o FGC pode direcionar os pagamentos de forma mais rápida, minimizando disputas e atrasos judiciais que prejudicam o processo.
Especialistas lembram que a existência do fundo reduz o risco de perda total para pequenos e médios investidores, embora o evento evidencie vulnerabilidades institucionais.
Lições e recomendações para investidores
O caso mostra a importância de diversificar aplicações e conhecer os limites de proteção disponíveis, incluindo a cobertura do FGC, que atua como lastro em situações de liquidação.
Investidores devem acompanhar comunicações oficiais do FGC e do liquidante, manter cadastro atualizado e guardar comprovantes de movimentações, medidas que facilitam o ressarcimento.
Para o mercado, a operação do Banco Master reforça a necessidade de transparência e agilidade na gestão de crises, e destaca a relevância de mecanismos públicos e privados de proteção ao poupador.




