Com Selic a 15%: quanto rende R$ 1.000 na poupança, em CDB de banco médio e no Tesouro Direto

Com a selic em 15%, o que mudou para quem tem R$ 1.000 para investir
O Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) manteve a taxa Selic — que mede os juros básicos do país — em 15% ao ano nesta quarta-feira (5). Esta é a terceira manutenção desde que o BC interrompeu o ciclo de aperto monetário, em julho.
A decisão mantém a selic no nível mais alto em quase duas décadas, e, na prática, isso altera a atratividade de aplicações conservadoras e de renda fixa.
O nível da taxa de juros se mantém o mais elevado desde maio de 2006. Com a selic em 15%, investidores que buscam segurança têm opções com retornos bem distintos, seja pela isenção fiscal da poupança, pela remuneração de títulos públicos, ou pelo prêmio oferecido por CDBs de bancos médios.
Quanto rende R$ 1.000 em CDBs, poupança e Tesouro Selic
Um levantamento encomendado ao mercado e compilado para esta reportagem indica diferenças claras entre os produtos.
Maior rendimento viria por parte dos CDBs (Certificado de Depósito Bancário) de bancos médios, com rendimento chegando até 110%, segundo a análise. Nesse caso, a aplicação valorizaria a R$ 1.061,61 em seis meses, e chegaria a R$ 1.385,51 em 30 meses.
Na outra ponta, a poupança fica menos competitiva com juros mais altos. De acordo com a simulação, em 6 meses o investimento chegaria em R$ 1.040,05, e em 30 meses ficaria em R$ 1.216,93.
Entre esses extremos estão opções como o Tesouro Selic e fundos DI, que acompanham a variação da taxa básica, com rentabilidade menor que CDBs de bancos médios, mas com maior liquidez e segurança.
Fontes e metodologia por trás das simulações
O levantamento foi realizado por Michael Viriato, da Casa do Investidor, a pedido do CNN Money. As contas já consideram os rendimentos líquidos, ou seja, descontados do imposto de renda que incide sobre os ganhos. Somente a poupança é livre de impostos.
Além disso, a simulação considera taxa de administração de 0,50% para os fundos DI e de 0,2% para Tesouro Selic, embora a cobrança varie entre fundos e corretoras.
Essas premissas explicam por que um CDB de banco médio pode superar o Tesouro Selic na comparação nominal, já que muitos bancos médios ofertam percentuais sobre o CDI acima de 100%, o que se mostra vantajoso quando a selic está elevada.
O que avaliar antes de escolher onde aplicar com a selic a 15%
Ao decidir entre poupança, CDBs, Tesouro Selic ou fundos DI, é fundamental considerar três fatores: liquidez, risco e tributação. A poupança oferece isenção fiscal e simplicidade, mas tende a perder por margem em cenários de selic alta, como o atual.
O Tesouro Selic garante alta liquidez e baixo risco de crédito, com cobrança de imposto conforme tabela regressiva do IR, enquanto CDBs remuneram melhor quando assumem riscos maiores, especialmente os títulos de bancos médios.
Outro ponto importante é o horizonte do investimento. Em prazos curtos, a liquidez imediata do Tesouro Selic ou de contas remuneradas pode ser preferível.
Em prazos médios, CDBs com vencimentos definidos podem entregar ganhos superiores, desde que o investidor aceite o risco de crédito e eventualmente a necessidade de manter o dinheiro aplicado até a data de vencimento.
Por fim, comparar ofertas entre corretoras, observar a taxa de administração de fundos e conferir a classificação de risco dos emissores ajuda a transformar a selic alta em oportunidade, sem abrir mão de segurança.
Com a selic em 15%, quem busca apenas segurança e liquidez tende ao Tesouro Selic; quem aceita algum risco e quer maximizar retorno pode buscar CDBs de bancos médios com ofertas acima do CDI.
Em resumo, a selic elevada amplia a oportunidade para investidores de renda fixa, mas as escolhas devem considerar impostos, taxas e perfil de risco para que R$ 1.000 renda o máximo possível sem surpresas.




