Caso Master: Como reaver o dinheiro do Banco Master, prazo do FGC, limites de R$ 250 mil e passo a passo para receber o ressarcimento

Entenda o cronograma de devolução do FGC, quem tem direito ao ressarcimento, o que não é coberto e medidas práticas para evitar novas perdas no Caso Master
A liquidação extrajudicial do Banco Master provocou dúvidas imediatas entre investidores e correntistas sobre como reaver os valores aplicados, especialmente em CDBs e saldos em conta.Quem depende do Fundo Garantidor de Créditos quer saber prazos, valores e o que fazer para solicitar o pagamento, enquanto quem tem aplicações acima dos limites busca alternativas para tentar recuperar o excedente.
No texto a seguir explicamos, em linguagem direta, como funciona o processo de ressarcimento, quais etapas seguir e como reduzir o risco de perdas no futuro.
O que muda com a liquidação extrajudicial
A liquidação extrajudicial decretada pelo Banco Central significa que a instituição teve suas atividades encerradas e sua administração transferida para um liquidante nomeado pela autoridade monetária.
No caso do Master, a medida interrompeu imediatamente todas as operações do banco, incluindo movimentações de contas, saques, transferências e resgates, o que força os clientes a depender do processo formal de restituição.
Segundo a apuração, a instituição possuía forte presença no mercado de renda fixa, com grande volume de CDBs distribuídos a investidores de varejo, o que torna o episódio especialmente relevante para quem aplicou nesse segmento.
Como funciona o ressarcimento pelo FGC
O Fundo Garantidor de Créditos, o FGC, é responsável por devolver valores aplicados até o limite de R$ 250 mil por CPF ou CNPJ, considerando o conglomerado financeiro, abrangendo tanto valores depositados quanto rendimentos acumulados até a data da liquidação extrajudicial.
O texto da fonte explica que, caso ocorram múltiplas quebras de instituições em até quatro anos, o investidor tem limite global de R$ 1 milhão para ser ressarcido pelo FGC em todos os eventos somados.
O limite de R$ 250 mil vale para cada CPF ou CNPJ dentro de um conglomerado financeiro, portanto se o investidor possuía mais do que esse valor aplicado, o excedente não é coberto pelo FGC.
Exemplo: Um correntista com R$ 270 mil em CDBs receberá R$ 250 mil via FGC, enquanto os R$ 20 mil restantes se tornam créditos concursais na massa falida, o que significa que o recebimento dessa diferença pode levar anos e depende de decisões judiciais.
Etapas do pagamento no Caso Master
A devolução dos valores segue um processo padrão, composto por três etapas principais, conforme detalhado pela fonte.
Fase 1: envio da lista de credores. O liquidante nomeado pelo Banco Central reúne todos os dados de depósitos e investimentos do Banco Master, consolida a base de clientes e encaminha as informações ao FGC.
Esse processo costuma levar até 30 dias úteis, pois envolve auditorias, conferência de saldos, documentação interna e cruzamento de informações.
Fase 2: liberação do pedido de ressarcimento. Após validar os dados, o FGC libera no aplicativo oficial a funcionalidade “Solicitar pagamento”.
Essa etapa costuma ocorrer em até 48 horas após a finalização da validação.
Fase 3: pagamento. O investidor solicita o pagamento via aplicativo ou portal, realiza a assinatura digital e recebe o valor em conta bancária de mesma titularidade.
O depósito normalmente ocorre em poucas horas após o pedido, mas pode levar até alguns dias dependendo da instituição de destino.
Passo a passo prático para receber do FGC
O ressarcimento não é automático, portanto o cliente deve acompanhar o processo e solicitar o pagamento quando a opção for liberada no aplicativo.
Para pessoas físicas, é preciso acessar o aplicativo do FGC, confirmar dados pessoais, informar a conta de destino de mesma titularidade e, quando solicitado, enviar documentos adicionais, como selfie com documento ou confirmação biométrica.
Para pessoas jurídicas, o procedimento é mais formalizado, com necessidade de comprovar representante legal e documentos societários, para evitar fraudes no registro da titularidade.
Em todos os casos, é essencial acompanhar frequentemente o aplicativo para verificar novas notificações, e guardar comprovantes e extratos que comprovem os saldos antes da liquidação.
O que não é coberto pelo FGC e o que acontece com o excedente
Embora o escopo de proteção seja amplo, alguns produtos não são cobertos pelo FGC, como, por exemplo, investimentos em ações, títulos de dívida subordinada e alguns fundos vinculados ao banco.
Investidores que possuem esses ativos ligados ao banco entrarão na lista de credores da liquidação extrajudicial, sem garantia de ressarcimento, e dependerão dos trâmites judiciais da massa falida.
Por isso, quem tinha mais do que R$ 250 mil em aplicações deve preparar-se para um processo mais longo para tentar recuperar o excedente, e considerar alternativas legais para acelerar o recebimento quando possível.
Tributação, dimensão do evento e recomendações para o investidor
A tributação segue os contratos originais da aplicação até a data da liquidação extrajudicial, o que significa que o pagamento do FGC repassa o valor já descontado das taxas aplicáveis, então o investidor recebe o montante líquido.
A liquidação do Banco Master se tornou, segundo a reportagem, a maior operação da história do FGC, mas o fundo afirmou possuir patrimônio suficiente para atender integralmente aos pagamentos dentro das regras atuais, garantindo estabilidade ao sistema e evitando pânico no mercado financeiro.
Para reduzir riscos, especialistas e a própria matéria recomendam práticas simples, porém eficazes, como diversificar instituições, observar ratings e indicadores de risco, e priorizar produtos cobertos pelo FGC quando se deseja maior segurança.
Também é importante monitorar o limite de R$ 250 mil por CPF, e, para quem aplica valores superiores, considerar fracionar aplicações entre diferentes instituições para ampliar a proteção.
O Caso Master reforça a necessidade de entender como funcionam as garantias do sistema financeiro, e seguir o passo a passo oficial, acompanhar prazos e verificar notificações são atitudes essenciais para receber o ressarcimento sem atrasos.




