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Banco do Brasil lidera consignado privado, concentra R$ 3,8 bilhões e 25% do mercado, e pressiona concorrência entre bancos, Caixa e fintechs

Banco do Brasil acumula 25% do consignado privado, Caixa mantém participação moderada, fintechs crescem, e governo estuda medidas para controlar juros e aumentar transparência

O Banco do Brasil se consolidou como protagonista do novo consignado privado, quatro meses após o lançamento da modalidade pelo governo federal.

A liderança da estatal abre debate sobre concorrência, taxas de juros e o papel dos bancos públicos na política de crédito, em um cenário de alta dos juros e retração da atividade econômica.

Nos próximos segmentos, explicamos quem são os maiores players, como funcionam as taxas e quais riscos e medidas o governo tem considerado para controlar o avanço do crédito consignado privado.

conforme informação divulgada pelo Seu Crédito Digital

Por que o Banco do Brasil assumiu papel central

A atuação do Banco do Brasil reflete uma estratégia clara de ampliação do crédito via bancos públicos. Segundo dados oficiais, o Banco do Brasil já realizou R$ 3,8 bilhões em empréstimos, o equivalente a 25% de todo o volume concedido pelas 52 instituições financeiras cadastradas pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

O programa de consignado privado, por sua vez, já movimentou R$ 14,9 bilhões em empréstimos até o dia 18 de junho, o que mostra crescimento rápido, mas também expõe tensões entre volume ofertado e controle de taxas.

Em meio a essa aceleração, houve avaliação interna do governo sobre o uso de bancos públicos como instrumentos anticíclicos, mantendo crédito e emprego em níveis mais sustentados.

Além disso, a fonte citada no material original destacou que “O Banco do Brasil demonstra sua importância não apenas como instituição financeira, mas como motor de políticas públicas que sustentam a economia e o emprego”, afirmou uma fonte ligada ao Ministério da Fazenda.

Quem ganha e quem fica para trás na disputa por clientes

A liderança do BB não foi construída sozinha, o mercado passa por forte pulverização. Enquanto o Banco do Brasil concentra a maior fatia, outros bancos e fintechs disputam o restante das operações.

A Caixa Econômica Federal, mesmo ocupando posição entre as maiores, avança de forma mais moderada. Na divisão de mercado, a Caixa responde por 8% do total de empréstimos na modalidade, ficando atrás do BB e do Itaú.

A postura conservadora da Caixa é atribuída ao foco tradicional em crédito habitacional e programas sociais, que demandam maior volume de recursos e prazos longos, limitando sua velocidade de ampliação do consignado privado.

Taxas de juros, pressões do governo e transparência

As taxas de juros são o ponto sensível do programa. No panorama divulgado, o destaque em taxas competitivas foi para o Bradesco, “com média de 2,07% ao mês”, embora o banco detenha menos de 1% do total de operações.

Segundo os dados, “a Caixa Econômica Federal também chama atenção nesse quesito, cobrando uma média de 2,48% ao mês, abaixo da média geral do sistema, que atualmente é de 3,47%”.

Outros números mostram equilíbrio entre grandes bancos, “o Banco do Brasil e o Itaú praticam taxas médias semelhantes, em 2,81%”, enquanto “o Santander, com taxa média de 3,06%”, aparece acima da média dos grandes, mas abaixo de muitas fintechs.

O Ministério do Trabalho e Emprego, “liderado por Luiz Marinho, tem expressado preocupação com o que chama de “juros abusivos” em parte das operações do consignado privado”. A pasta avalia mecanismos de controle que podem incluir suspensões temporárias ou exclusão do programa para instituições que cobrem taxas consideradas excessivas.

O MTE também estuda obrigar bancos e financeiras a informar de forma clara o Custo Efetivo Total, incluindo tarifas e encargos, como forma de aumentar a transparência e proteger consumidores.

Fintechs, pulverização e riscos de mercado

Um traço marcante do novo consignado privado é a presença de fintechs e instituições de médio porte entre os 52 participantes. Essa pulverização amplia oferta e alcance, em especial para trabalhadores formais de empresas menores.

No entanto, a diversidade de ofertantes trouxe preocupação com taxas elevadas praticadas por financeiras menores, o que pode comprometer a inclusão financeira pretendida pelo MTE.

Especialistas consultados no relatório destacam que a dedução direta em folha reduz o risco de inadimplência, e deveria levar a juros mais baixos, mas a concorrência por volume e a falta de regulação mais rígida permitem margens mais altas em alguns casos.

Perspectivas, desafios e próximos passos

A tendência apontada é de crescimento do consignado privado ao longo de 2025 e 2026, à medida que empresas firmem convênios com bancos e financeiras. Ainda assim, há riscos associados à expansão acelerada, entre eles aumento da inadimplência e pressão sobre os spreads bancários.

O desafio central será equilibrar a oferta elevada de crédito com responsabilidade fiscal e proteção ao consumidor, evitando que o aumento do volume gere riscos sistêmicos para o mercado financeiro.

O Ministério do Trabalho e Emprego deve continuar pressionando por reduções de juros, especialmente entre financeiras fora dos grandes grupos, e o tema deve figurar nas próximas reuniões do Conselho Nacional de Crédito e nas discussões sobre reformas do sistema financeiro.

Para o governo, o consignado privado segue como ferramenta estratégica de estímulo ao consumo e à inclusão financeira, e a liderança do Banco do Brasil é vista como reflexo dessa política pública de crédito direcionado.

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