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Itaúsa mantém fatia de aproximadamente 37% no Itaú Unibanco, descarta venda e reforça digitalização, planos para servidores e recuperação da Alpargatas, impacto nos bancos

Itaúsa reafirma compromisso com o Itaú Unibanco, diz que não reduzirá participação, aponta prioridade na digitalização e descreve efeitos para os bancos e acionistas

A holding completou 50 anos com um recado claro sobre sua estratégia de portfólio, estabilidade e foco no longo prazo.

O CEO Alfredo Setubal afirmou posicionamentos sobre participação acionária, transformação digital, governança e recuperação de ativos em dificuldades.

Os principais pontos foram apresentados em evento na B3, conforme informação divulgada pelo Seu Crédito Digital.

Itaúsa e a participação no Itaú Unibanco

Na apresentação, Alfredo Setubal foi direto ao afirmar que “a Itaúsa não considera reduzir sua fatia de aproximadamente 37% no Itaú Unibanco”.

O executivo descreveu o banco como “a âncora” do portfólio, indicando que a presença histórica no capital do banco continuará como pilar da estratégia.

Para acionistas e para o mercado de bancos, a mensagem é de estabilidade, e a posição reforça que não haverá desinvestimentos rápidos para acelerar diversificação.

Setubal também deixou claro que “Chamamentos de capital estão descartados”, o que reforça a ideia de previsibilidade financeira para investidores.

Transformação digital e futuro das agências

Um dos trechos mais comentados foi a avaliação sobre o papel das agências físicas no setor de bancos.

Segundo o CEO, o modelo tradicional de agências físicas está “morto”, e a tendência de digitalização é irreversível.

Ele ressaltou que isso não significa o fim de unidades físicas, mas a mudança do propósito delas para espaços mais consultivos, enquanto transações rotineiras migram para o digital.

No debate sobre competitividade, Setubal destacou que, apesar do avanço de fintechs, o modelo de banco universal demanda investimentos em tecnologia, compliance e infraestrutura, pontos que sustentam a atuação do Itaú frente a rivais como Nubank.

Alpargatas, Aegea e Copa Energia, erros e planos de abertura

Sobre a Alpargatas, o CEO reconheceu falhas e admitiu que a gestão teve problemas ao assumir a fabricante de calçados.

Setubal disse que, na atuação com a Alpargatas, “se perdeu um pouco na gestão” durante os anos seguintes à entrada na empresa.

A empresa enfrentou uma fase difícil entre 2021 e 2022, após a tentativa de diversificação internacional com a aquisição da Rothy’s nos Estados Unidos, operação que pressionou resultados.

Com a troca de comando, a chegada de Liel Miranda para substituir Roberto Funari sinaliza um esforço de reestruturação e recuperação operacional, embora a companhia ainda gere prejuízo para a holding.

Quanto às demais empresas do portfólio, Setubal apontou que a Aegea pode, em algum momento, abrir capital, e que a Copa Energia tem um processo de abertura mais complexo, mas a possibilidade não está descartada.

Governança, acionistas e perspectivas para os bancos

A Itaúsa se aproxima de 1 milhão de acionistas pessoas físicas, um movimento relevante para a governança e a pulverização do capital.

O executivo detalhou que “Desde 2015, quando a Itaúsa tinha cerca de 40 mil investidores individuais, o número se multiplicou e está prestes a atingir 1 milhão”, demonstrando a expansão da base de investidores pessoa física na B3.

Setubal também afirmou que a mudança para o Novo Mercado não está nos planos, apesar de a holding já cumprir a maior parte das exigências do segmento premium.

Na conclusão, o CEO reforçou confiança na economia nacional ao dizer que a Itaúsa “acredita no Brasil”, e que a estratégia é focada no longo prazo, em setores estruturais como finanças, energia, saneamento e consumo.

O discurso combina preservação de ativos históricos com busca por novas frentes de crescimento, e para o universo dos bancos, sugere continuidade operacional e competitiva do Itaú Unibanco, além de maior ênfase em serviços digitais.

Por fim, Setubal resumiu a postura da holding sobre aprendizados, com a frase “Aprendemos com erros”, ressaltando a disposição para corrigir rumos e fortalecer o portfólio ao longo dos próximos anos.

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